O grupo que era responsável por agir em defesa do organismo agora ataca impiedosamente o pâncreas. O crime segue sem punição.
Descobriu-se na
noite desse último sábado (01/12/2012) que um grupo rebelde de linfócitos do
sistema imune passou a produzir anticorpos que, não se sabe ainda a razão,
passaram a atacar violentamente o pâncreas!
Segundo o nosso repórter de plantão, a coisa
foi realmente feia! Os linfócitos começaram a alegar, de uma hora para outra,
que o pâncreas era um intruso, um invasor, um antígeno tremendamente maléfico
que deveria ser combatido. Assim, incitaram anticorpos (anti-insulina,
anti-ilhotas pancreáticas e anti-células beta pancreáticas) contra o pâncreas.
Estes, por sua vez, começaram a detonar as células beta pancreáticas. Coitado
do nosso amigo pâncreas, logo ele que sempre esteve ali, quietinho, abaixo do
estômago, próximo ao duodeno, repousando sob a 2ª vértebra lombar... sempre
produzindo insulina... Uma lástima!
Tudo indica que se o ataque continuar nesse
ritmo logo logo, as células beta deixarão de produzir insulina! Isso será o
caos companheiros pois como todos sabemos, é esse o hormônio responsável por
estimular os genes que produzem as enzimas da glicólise. Sem a glicólise, que é
a quebra da glicose gerando ATP (adenosina trifosfato), as células não terão
energia! Será um verdadeiro apagão energético nesse corpinho!
A única solução, segundo diversos
especialistas, é a intervenção! O chefe do departamento de defesa humoral, que
não é a professora Tati, mas sim o Sr. Linfócito B relatou-nos que suas tropas
não poderão combater esse grupo de linfócitos rebeldes. Diz ele que tal ataque
vai contra o sistema, sendo um ato desonesto e que ele não será nenhum Brutus.
E não importa o que se fale! Pois bem, a única solução é recorrer aos meios
externos.
Quando casos de rebeldia como esse ocorrem, recebem
a denominação de Diabetes Mellitus tipo 1 e tornam-se necessárias aplicações
subcutâneas diárias de insulina. Só assim é possível controlar os níveis de glicose
no sangue (glicemia) evitando complicações tais como: retinopatia, angiopatia,
doença renal, neuropatia, proteinúria, hiperlipemia e cetoacidose diabética.
Susane da Silva
Fonte: Revista Super Interessante, Edição Especial: Os Maiores Mistérios da Medicina. Editora Abril. Maio/2010.
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